Há tempos que os ensaios clássicos de interpretação do Brasil, escritos nas décadas de 1920 e 1930, vêm alimentando nosso debate intelectual, dentro e fora da universidade. “Raízes do Brasil”, de Sérgio Buarque de Holanda, está entre os que permanecem nos interpelando e nos ajudando a qualificar a dimensão de processo social que o nosso presente ainda oculta. Como um código, de cuja decifração dependesse a compreensão do peso do passado na configuração do presente e das nossas perspectivas de futuro enquanto sociedade. “Signo e desterro” de Pedro Meira Monteiro vem contribuir imensamente com os estudos do pensamento social brasileiro, desenvolvidos nas ciências sociais, história e estudos literários, que têm apostado no potencial heurístico daqueles ensaios para aproximar questões do presente, ou perenes em nossa sociedade, às interpretações do passado. Não apenas repensar os ensaios em sua identidade histórica, tarefa sem dúvida importante; mas surpreender e forjar um espaço cognitivo de comunicação entre o tempo da escritura e o nosso próprio tempo. Aliás, aí está uma exigência do ensaio como forma na recomposição da relação sujeito/objeto do conhecimento. As duas tarefas podem ser complementares, e, talvez, o êxito de “Signo e desterro” se deva também ao fato de ser ponto de chegada de um denso percurso intelectual, rico em deslocamentos de toda sorte. Além de autor de um dos livros fundamentais sobre Sérgio Buarque de Holanda, publicado há mais de uma década, entre outros trabalhos, Pedro Meira Monteiro com este seu novo livro amplia e enriquece nossa visão sobre “Raízes do Brasil” ao situá-lo em relação não apenas a temporalidades, mas também a contextos nacionais e tradições intelectuais distintas. Com a elegância intelectual de sempre, Pedro nos conduz agora pelas permanências de “Raízes do Brasil” na imaginação do país. Ao fazê-lo, concorre para redirecionar o estudo comparativo do pensamento social brasileiro para um campo mais aberto e mais criativo que o costumeiro. Enfim “desterrado”, “Raízes do Brasil” tem ainda muito a nos dizer, como verá o leitor. (André Botelho) foto: folhapress Pedro Meira Monteiro é professor titular no Departamento de Línguas e Culturas de Espanhol e Português e no Programa de Estudos Latino-americanos da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos. Fonte: Blog E-Galáxia
Postado por: Letícia
6 Comentários
Nilda de Souza
8/31/2016 10:37:39
Parece ser um ótimo livro. Um livro sobre o livro. Mas acho que é um livro mais acadêmico, com questões teóricas que o grande público não está tão acostumado a ler. Bom, eu gostaria de conferir, pois o Brasil é tão complexo, que precisamos de mais autores discutindo todos os aspectos sociais, principalmente nesse momento político atual.
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Vi alguns textos de Buarque na época da faculdade... mas Raízes do Brasil ainda não tive oportunidade... só espero ter a chance de ler ainda nesta vida hehehe Já Signos e Desterro confesso que não conhecia... mas achei interessante a abordagem dele... preciso voltar a ler com mais frequencia os livros acadêmicos, ando meio enferrujada...
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8/31/2016 11:50:23
Olá!
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8/31/2016 19:16:20
Oi, mesmo achando o livro interessante no conjunto, acho que ele é ais voltado par um publico acadêmico, pois é um livro mais complexo que não contempla o publico geral, já que não chamaria a atenção dos mesmos, e eu particularmente não tenho interesse em lê-lo.
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Morgana Brunner
9/1/2016 16:06:06
Oiii, tudo bem?
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9/2/2016 00:02:47
Olá.
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