Amanda Reznor é escritora, atriz, cantora e compositora. Escreveu a série Vale dos Segredos, está na bienal do livro de São Paulo esta semana e é parceira aqui do blog. Você pode conferir mais sobre ela em outro post aqui no blog, clicando aqui. Fizemos uma entrevista com ela, que ficou super incrível, que vocês conferem agora: Mad Minds: Quem é Amanda Reznor por Amanda Reznor? Amanda: Uau, começamos com uma pergunta difícil (risos). Bem, Amanda Reznor é uma sonhadora, uma pessoa curiosa e de incansáveis questionamentos sobre a vida, o mundo, o universo... Ter contato com mistérios só a fez procurar entender e encontrar novos mistérios, por isso ela acredita que, como missão, seu papel fundamental é contar a todos sobre tudo o que sabe, descobriu e viu, pois a melhor forma de se pagar a dádiva do conhecimento é repassando-o adiante! Mad Minds: Você atua em vários ramos das belas artes. Quando percebeu sua inclinação para esse lado artístico? Amanda: Não houve um momento certo que em eu tenha descoberto porque, veja bem, eu brincava com a arte desde pequena, sempre inventando canções, quadrinhos, atuando na frente do espelho, dançando pela casa... A arte faz parte de mim e das minhas expressões, e eu não me vejo separada dela. Mas, claro, a arte desenvolvida é diferente da criatividade pura manifestada, e eu só fui trabalhar melhor os meus dons de desenhar e escrever, por exemplo, a partir dos 10 anos; aprendi também a dominar um pouco da expressão corporal pelo ballet, jazz, karatê e tae kwon do, a tocar o básico do teclado e do violão, depois dos 14 anos, e comecei a compor músicas com maior frequência depois dos 16. Pintar, fazer crochê, bordado, bijuterias... Todo tipo de artesanato me atrai como forma de diversão e / ou distração. Não é possível, porém, me especializar em tudo isso, portanto levo a maioria como hobby, mas escolhi a escrita para ser a minha principal forma de manifestação artística, não só por acreditar que eu tenho um propósito, uma mensagem a transmitir aos meus leitores, mas também por sentir que é, dentre as outras, a minha área de maior especialidade, com a qual eu sinto que é possível conseguir o melhor destaque. Mad Minds: Qual foi sua inspiração para escrever Delenda? Amanda: Eu me inspirei em coisas que eu vivi, o que pode parecer estranho, já que o Delenda é uma história cheia de acontecimentos sobrenaturais e... É, bem, vocês podem não acreditar, mas essas coisas fazem parte da minha vida, também, e, como eu disse, ter contato com mistérios dos mais variados tipos, desde que eu era pequena, me fizeram rumar para o desconhecido, e a Cláudia carrega justamente esse meu lado cético e científico que quer provar e testar todas as possibilidades antes de afirmar que, por exemplo, fantasmas existem... Até que, como a curiosidade matou o gato, ela descobre que nem sempre é bom ser tão descrente assim (risos). Mad Minds: Poderia citar um trecho da obra para os leitores? Amanda: Claro, farei isso com prazer! =D Como você não disse, imaginei que teria de citar algo de cabeça, sem olhar para o livro, então... Sei que não está escrito exatamente assim, mas vou falar da forma como me lembro, e irei acrescentar um pouco mais, a um dos meus trechos favoritos. Então, mesmo não estando idêntico, tenho certeza que todo leitor irá reconhecer que parte é essa: "Lento, carcomido, ruindo, moendo, as pás do moinho alçaram velocidade, enlevadas pelo abraço do vento, que se agarrou às suas pás com agressividade, dissolvendo as bolhas disformes que subiam, como uma efusão colorida e espumosa, saídas da janela do quarto de Maria... A paixão que ali os consumia, à Maria e ao Eduardo, produzia uma energia etérea e tão intensa que era quase palpável, e alçava os ares em círculos de um romance inapropriado, esparramando-se pelo ambiente o suficiente para recair sobre o peito de Anete, que estava sentada em seu sofá, amargurada, e levantou-se num repente, incomodada por sentir, de repente, um solavanco doloroso subindo pelas entranhas - era o sopro do amor. É incrível como um pouco de cor, para os olhos que foram acostumadas aos preto e branco, pode parecer inversamente prazeroso e repugnante, como algo que você não pode ter e que, por isso, repele e menospreza. Ela abriu a porta do quarto e ali flagrou a filha, ainda sonhadora, recolhendo o pouco da vergonha que sobrara em suas roupas, enquanto Eduardo, que mal havia pulado pela janela, flutuava descida abaixo, tão anestesiado que tropeçava e chegou a pisar numa das pobres galinhas...". E aí, gostaram? xD Mad Minds: Para você, o que é mais difícil ao escrever: a primeira ou a última frase? Amanda: A primeira frase é sempre a mais difícil! Quando eu começo, em geral sei bem o que fazer até terminar. Mad Minds: Como é seu processo criativo? Suas ideias vêm prontas e são colocadas no papel, ou fluem depois de decidir começar a escrever? Amanda: Hmm, isso depende muito do dia. Quando as ideias vêm, eu preciso correr e anotar, às vezes estou na rua e anoto num bloco de notas do próprio celular! Já cheguei a levantar da cama, no meio da madrugada, para anotar uma ideia que estava surgindo, e muitos sonhos também já entraram nas minhas estórias. Agora quando eu preciso escrever e não estou muito inspirada, sento e começo com a primeira palavra que me vier à mente, então consigo ir aos poucos visualizando a ponta do fio da história, que começo a puxar e a transmitir para as próximas linhas! Mad Minds: Existem outros projetos em pauta? Amanda: Ah, sim, com certeza, inclusive estou muito atrasada e peço perdão aos autores que estão constribuindo para duas antologias de terror e fantasia que estou organizando, a Sala de Cirurgia e a Mil e Uma Mortes, pois ainda não consegui uma editora para publicação. Tenho também o Castelformia & a Ordem de Omnia, sequência indireta do Delenda no qual estou trabalhando agora, e um livro sobre estudos sobrenaturais que pretendo escrever mais adiante. Mad Minds: Como os interessados devem fazer para adquirir suas obras? Amanda: O Delenda está à venda em praticamente todas as livrarias online, e nos pontos físicos também. Agora as antologias podem ser mais difíceis de conseguir, então vocês podem pedir o conto de alguma antologia que tiveram interesse por e-mail, se quiserem muito e não estiverem encontrando! Basta solicitar a [email protected] com o assunto "GOSTARIA DO CONTO DA ANTOLOGIA "X"", que aí eu envio =D Mad Minds: Agradecemos pelo seu tempo e atenção que tornaram esta entrevista possível e pedimos que deixe uma mensagem para nossos leitores. Amanda: Pelo contrário, sou eu que agradeço pela oportunidade de realizar essa entrevista com você, Lê, e peço desculpa aos leitores se eu me estendi demais, mas é que os escritores às vezes se empolgam (risos). Obrigada a todos vocês por ajudarem a criar um mundo melhor através da leitura, e que os nossos esforços por alcançar a todos nunca parem!! =D s2 Postado por: Letícia
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