O livro Anjo Maldito - o Renascimento, do nosso parceiro Daniel Marx, foi publicado neste ano pela editora Chiado. A trama é uma fantasia, situada no Brasil, na cidade de São Paulo e mistura vários temas fortes, como serial killers, religião, assassinatos brutais...
A obra tem seu foco em Elisabeth, uma detetive do departamento de polícia de São Paulo muito experiente e com um talento nato. Junto com seu parceiro, Lucas, ela é a encarregada de desvendar um crime misterioso na cidade. Elisabeth é uma mulher na casa dos 30, bem-sucedida profissionalmente, decidida, madura, mas que sente falta de ter uma vida pessoal um pouco diferente, com marido e filhos. Durante a investigação podemos perceber que há algo de errado com ela. Aparentemente ela está doente, cansada, precisando de férias, já que ela trabalha muito. Ou pelo menos essa é a impressão que ela tem na história, porque nós leitores, por termos o benefício de termos um narrador onisciente, podemos ver que não é bem isso que está acontecendo. Já seu parceiro, Lucas, é um grande mistério. Mais conhecido pelos colegas do departamento como "novato", ele veio transferido de outra unidade e o motivo desta transferência é um mistério, mas fica claro que Lucas sente vergonha disso. Não gosta de religião, mas sabe bastante sobre elas e tem uma queda por Elisabeth, que ainda não sabe que é recíproca. Descrito como um policial bonitão, tudo o mais sobre Lucas e sua vida permanece um segredo para sua parceira e para nós. Ambos detetives são chamados para investigar um crime em uma igreja na cidade. Além de ser um lugar bem inesperado para tornar-se uma cena de crime, a situação também é bizarra: uma mulher foi cruelmente torturada e assassinada em uma biblioteca subterrânea, de difícil acesso e pouco conhecida pela população. O assassino não deixa rastros e, para completar os problemas dos detetives, um repórter consegue invadir a cena e tirar fotos sem ser visto. A situação vai de mau a pior, com poucas coisas sendo esclarecidas, até que uma nova vítima aparece, sendo exposta de uma maneira pior: desta vez a vítima é pendurada no domo de um templo, bem no centro da cidade, de ponta cabeça, simbolizando uma cruz ao contrário. Quando as investigações começam a esquentar, descobrimos que realmente os corpos não foram colocados em lugares aleatórios, mas sim que os crimes estão relacionados com religião, o que só torna as coisas mais complicadas para os investigadores. O livro é bastante chamativo. Desde o começo você fica curioso em saber o que aconteceu com a moça, pois o crime é bárbaro. Ao ler a sinopse achei que fosse ser algo parecido com "A Batalha do Apocalipse", de Eduardo Spohr, mas foi bem além do que eu esperava, houve uma mistura de investigação, fantasia, religião e muita ansiedade. É um livro que recomendo para quem gosta destes gêneros e estou muito ansiosa pela continuação. Postado por: Letícia
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O livro Mil Tons - O Meu Millôr foi escrito por Alberto Villas e publicado este ano pela editora E-Galáxia. A obra é uma biografia de Millôr Fernandes, que a maioria de nós conhece dos jornais. Logo no início da sinopse lemos que este livro é uma "biografia singular". No começo não entendi porque, mas depois de começar a leitura descobri que realmente esta foi uma biografia ímpar. Para quem não conhece, não lembra, ou tem um vago conhecimento de quem é Millôr, aqui vai um resumo da biografia (que passa muito longe da qualidade que Alberto Villas deu a ela): ele foi um dramaturgo, desenhista, humorista, escritor, tradutor e jornalista brasileiro. Natural do Rio de Janeiro, perdeu o pai ainda quando criança e alguns anos depois também perde a mãe. Millôr começa sua carreira na revista O Cruzeiro e passa por várias revistas grandes e pequenas durante sua carreira, sempre fazendo um grande sucesso. Morreu em 2012 e, ainda hoje, faz sucesso nas sessões de quadrinhos de grandes jornais. A biografia de Alberto Villas recebe, e merece, o título de singular, pois é uma biografia de um fã. Ele acompanha a carreira de Millôr desde sua infância e, sinceramente, ele é um grande tiete: compra tudo que vê pela frente que tenha algo de Millôr Fernandes. É uma visão bem diferente de uma biografia já que ele não conta somente a vida dele, mas sim a influência que representou na sua vida. Durante a obra vemos a situação do Brasil, o desenvolvimento de Alberto e os altos e baixos da carreira de Millôr Fernandes. Uma coisa que eu me diverti muito com o livro foi que o escritor consegue transmitir a sensação de fã através das páginas. Apesar de conhecer pouco Millôr eu me senti mal quando as publicações na Veja acabam, quando ele sai d'O Cruzeiro, o choque de quando a idolatria pelo ídolo é abalada, como quando ele discorda da opinião de uma das edições de Millôr Fernandes. Quando fui escolher este livro entre os sugeridos pela editora para a leitura do mês eu resolvi escolhê-lo para me arriscar novamente no gênero biografia, mas fiz isso com um certo receio, já que é um gênero que não tenho muito contato. Mas foi uma escolha excelente! Se a primeira biografia que tentei ler, anos atrás, fosse tão boa assim, provavelmente eu gostaria muito mais desse gênero!! Foi uma leitura muito fluida, fácil, a história não ficou dando voltas sem fim, a escrita de Alberto Villas é cativante e o ponto de vista de fã foi uma excelente escolha. Para quem gosta de biografias é uma leitura necessária. Para quem deseja se aventurar neste gênero, recomendo este livro como um início, vai deixar com um gostinho de quero mais. Link do Skoob: www.skoob.com.br/mil-tons-612237ed612673.html Postado por: Letícia
A Letra Escarlate, publicado em 1850 por Nathaniel Hawthorne, é um clássico da literatura mundial desde o início. Esta edição é uma edição de bolso, publicada pela editora BestBolso em 2012. O livro conta a história de Hester Pryne, uma mulher nascida na Europa, mas que se mudou para a América, vivendo então na Nova Inglaterra. Seu marido a enviou na frente e ficou para trás, prometendo que iria encontrá-la após resolver algumas coisas. A história começa com Hester saindo da cadeia, com uma bebe no colo e uma letra A escarlate bordada no peito e caminhando para o mercado público, centro mais movimentado da cidade, onde ficará exposta como parte da punição pelo seu crime. Nesta época o adultério não era só um pecado, mas também um crime passível de morte. Porém, graças ao reverendo de Hester, sua pena foi abrandada, sendo condenada então a passar o resto da vida com uma letra A bordada sendo carregada no peito. Em frente ao povo, tentam convencer Hester a entregar o seu cúmplice neste crime, mas ela não o faz, como previsto pelo reverendo. Apesar de todo o sofrimento, Hester permanece firme cumprindo seu castigo. Como se isso já não fosse o bastante, justo neste dia seu marido resolveu chegar na cidade e vê toda a cena. Sem se revelar como marido dela, o homem que se identificou como médico, acaba cuidando de Hester e de sua filha, Pearl. Quando a mulher fica com medo de que ele tente matá-las, ele diz que deseja que ela vivesse por muitos anos, para que possa pagar pelo pecado que cometeu. Ao pedir que ela lhe diga quem é o seu amante ela também se nega. O homem então pede que ela guarde segredo também sobre sua verdadeira personalidade, já que iria guardar o segredo de seu amante, mas jura vingança ao homem que a ajudou a envergonhá-lo. Ninguém pode, por muito tempo, ter um rosto para si mesmo e outro para a multidão sem no final confundir qual deles é o verdadeiro. Hester então se afasta da sociedade com sua filha, permanecendo na cidade, mas longe do convívio social, vivendo da costura (a letra escarlate era linda, apesar de ser um fardo tão grande a ser carregado) para sustentar sua filha e ela com simplicidade, sempre ajudando os pobres quando podia, apesar de receber, em muitos casos, a ingratidão de quem ajudava, por causa de seu pecado. Todos que precisavam de ajuda em momentos difíceis sempre podiam contar com Hester, que "não ficava para colher os frutos da gratidão, caso houvesse". O marido de Hester, que se apresenta com o nome falso de Roger Chillingworth, começa a cuidar do reverendo Arthur Dimmsdale, um homem adorado por todos, considerado santo por muitos e que fica muito doente e fraco. É Dimmsdale que, sob ordens de outros pastores, tenta convencer Hester a contar quem praticou o adultério com ela e também é ele o reverendo que Hester ouvia as pregações, o "responsável" por ela, sendo ele então quem decidiu que ela não deveria receber a pena de morte. Apesar de o foco ser em Hester, a história também fala sobre os demais personagens importantes. Acompanhamos a doença de o pastor piorar, apesar da companhia e cuidados constantes do vingativo Roger; o crescimento de Pearl, uma garotinha que é a mistura da inocência e do pecado, sem aparente aceitação pelas regras comuns da sociedade, que hora tem um temperamento perverso e hora é carinhosa e que muitos supersticiosos na cidade dizem ser "filha do demônio", linda e que, para o desapontamento de muitos no lugar, não revela pela aparência quem é seu pai. O livro é muito bem escrito, não é a toa que é um clássico mundial, e a trama é bem desenvolvida. Confesso que no começo pensei que não tinha como o autor deixar a história um mistério por muito tempo, já que é bem óbvio desde o início quem é o amante de Hester. Fiquei com medo de que a história ficasse dando voltas e voltas, mas foi uma preocupação desnecessária: apesar de já saber quem era o amante, o final foi surpreendente. Apesar de não ser muito grande (nesta edição são 255 páginas), deve ser lido com calma, pois muitas frases levam à reflexão, te fazendo pensar muito sobre ação e consequência, pecado, escolhas, vingança, culpa. Em algumas partes ele me lembrou do livro O Retrato de Dorian Grey, mas em um sentido, de certa forma, inverso. Apesar de ser antigo, seu tema ainda é bastante atual. Hester é uma personagem cativante, que te leva a questionar muitas coisas. Para quem não tem medo de ler um livro questionador essa é uma excelente dica. Definitivamente entrou nos meus livros favoritos. Assim, Hester Prynne acabou conquistando um lugar no mundo. Com a energia inata de seu caráter e sua rara habilidade, este não conseguira vencê-la, embora houvesse lhe impingido uma marca que, ao coração de uma mulher, era mais intolerável do que a marca imposta a Caim. Postado por: Letícia
Todo mundo conhece a história de Alice no País das Maravilhas, escrito por Lewis Carroll, clássico da literatura mundial imortalizado nas telinhas pela primeira vez pela Disney e, há pouco tempo tendo voltado ao foco das telas de cinema sob a direção de Tim Burton. As aventuras da garotinha loira são divididas em duas histórias: Aventuras de Alice no País das Maravilhas e Através do Espelho e o que Alice encontrou por lá. No ano de 2009 a Editora Zahar publicou uma edição com as duas histórias e é sobre ela que vamos falar hoje.
Alice é uma criança com uma imaginação muito fértil. No começo do primeiro livro ela está deitada na grama sob a sombra de uma árvore ao lado da irmã e, apesar de ter um livro em mãos, sua mente divaga para bem longe dali. A garota então começa a sonhar. Sonha com um coelho branco que passa por perto que seria muito normal, não fosse pelo fato de falar e ter um relógio de bolso. Alice então segue o coelho até sua toca e começa a cair, uma queda que parece não ter fim. Ao chegar ao fim do poço, Alice chega em uma sala que acho que todos nós conhecemos: a sala que tem uma mesa com uma chave e uma garrafa escrito: Beba-me. Ao beber o líquido Alice encolhe. Apesar de me lembrar de algumas partes da animação da Disney sobre a história, confesso que os acontecimentos que vieram logo em seguida a isso eu não me lembrava muito bem, o que foi bastante legal, já que me trouxe memórias da infância. Ao entrar pela portinha, a garota vive então diversas aventuras, como seu encontro com o Chapeleiro Maluco, com a Rainha Vermelha, a Lebre de Março, entre outros. Na segunda história, Alice e sua gatinha Kitty, atravessam o Espelho e vão para outro mundo. Neste mundo Alice conhece as Rainhas Branca e Vermelha do tabuleiro de xadrez e então, instruída pela Rainha Branca, ela sai em uma aventura para transformar-se também em uma rainha: o mundo que está é um tabuleiro de xadrez. Terei que confessar que a história não entrou para minha lista de favoritos. Não que a história seja ruim, muito pelo contrário, é muito boa. Mas toda aquele clima de sonho do filme está presente e, em alguns casos, levei um tempo para me situar na história, já que ela está em uma cena, diante de uma situação e, de repente, tudo muda. E, nessas mudanças, às vezes acontece de você estar muito preso em alguma parte e ela acabar de supetão, e outra não tão interessante começar logo em seguida. Com relação aos personagens, Alice é uma garotinha como qualquer outra, cheia de dúvidas, perguntando o porque o tempo todo e tentando aplicar o que aprende em suas lições em situações que enfrenta. Uma coisa chamativa nela é que, o tempo todo, está preocupada com a aparência que vai passar: se vai magoar alguém ou não, se o que vai dizer/fazer é educado ou não. Além dela, outros personagens que não são tão chamativos no filme são bem cativantes por aqui, como a Tartaruga Falsa, a Duquesa. Entretanto, achei que o gato de Cheshire e o Chapeleiro Maluco fossem ter uma atenção maior no livro pelo sucesso que fazem. Apesar de ser uma história infantil, não acho que seja uma história para ser lida apenas por crianças: a narrativa bastante complexa e bem construída é algo a ser analisado pelos adultos também. Até porque, como já disse, em algumas partes é um livro confuso, com interações bem intensas entre seus personagens. Adorei a diagramação e a tradução desta edição da editora Zahar. Além de ilustrações lindas, páginas amarelas e uma letra com fonte boa para ser lida, pude perceber que a tradução foi muito bem feita, algumas rimas e piadas foram adaptadas para se encaixar no nosso idioma sem perder o sentido. Mesmo não tendo entrado na minha lista de favoritos é uma leitura que eu recomendo, tanto por ser um clássico, quanto por ser uma obra muito bem construída. Link do livro no Skoob: https://www.skoob.com.br/alice-2555ed344412.html Postado por: Letícia Quando a paixão não acaba é o primeiro livro de Militza Fangueiro, lançado em Portugal nesse ano. É um romance entre um americano e uma jovem portuguesa, a relação deles é cheia de altos e baixos, mas com um sentimento tão forte que sentem um pelo outro tentam vencer os obstáculos e fazer com que dê certo esse relacionamento.
Carolina é uma jovem advogada portuguesa, que vive em Lisboa, ela acabou a faculdade e conseguiu um estágio no tribunal da cidade. É nesse local que ela tem o seu primeiro encontro com o arrogante John e não é nada amigável, já que Carol foi a advogada de acusação do sobrinho de John e acabou sendo preso depois de ter uma atitude ruim perante o juiz. Os dois acabem gritando muito com o outro, já que o americano a considera uma mulher muito jovem para já ser uma advogada formada. Os dois a partir desse primeiro encontro se veem cada vez mais preso numa teia de desejo, até que acabam se entregando a paixão que aflora entre eles. Mas essa relação não é tão simples, Carolina nunca esteve atrás de um relacionamento, tudo o que ela sempre quis foi firmar uma carreira sólida, seu plano desde quando foi morar em Lisboa. Seus amigos e familiares sempre a consideravam uma moça muito determinada e independente, mesmo tendo só 24 anos. A advogada só não contava com a aparição de um certo americano na sua vida. John tem 32 anos e é presidente de uma empresa farmacêutica. É um homem considerado frio, arrogante e prepotente, qualidades nada agradáveis, mas ele tem um instinto de proteção muito grande com aqueles que ele se importa. Ele no início não entende o que tanto o atrai na moça portuguesa, mas sabe que é algo forte. Um sentimento que nenhum deles conhece. Militza não escreveu um livro muito complexo. Apesar de ser extenso, não demorei para o ler, foram somente algumas horas. Foi uma leitura que me prendeu, pois queria ver como ela iria trabalhar a história do casal. A história tem um tema bastante corriqueiro nos dias de hoje: a independência feminina e o não desejo de ter um relacionamento tão cedo. Muitas mulheres iriam se identificar com a Carol, eu mesma em algumas passagens me identifiquei com ela. Solidificar a sua carreira, viajar e se divertir para depois estar apta para entrar num relacionamento e construir família é a ordem que muitas pessoas escolhem. Mas quando um sentimento te pega desprevenido, muitas vezes não se dá para lutar. E é isso que está presente no livro. Nenhum dos protagonistas estava esperando encontrar o amor, ambos tinham outros planos. E quando deram uma chance para isso, a luta que eles travaram foi outra. Um queria que o outro desistisse dos seus planos e o outro queria fazer com que o parceiro entendesse que era possível conciliar a família deles com a sua carreira. Talvez seja medo de perder o parceiro para algum colega de profissão ou talvez um machismo presente na escolha da profissão . Mas eles acabam tendo várias brigas, fazendo com que a relação acaba tendo muita mentira de ambas as partes, justamente pela não aceitação do desejo de solidificar a carreira. Os dois são cabeça-dura e tem opiniões contrárias. Quando ambos entenderem que um diálogo ajudaria a por os pingo nos is presentes na relação, vão conseguir ter uma relação muito mais saudável. A autora também trabalha com um sentimento de posse no livro, sabemos que na vida real isso não é muito bem visto. Nenhuma relação é saudável com essa possessividade, o domínio de um parceiro sobre o outro pode se tornar doentio, vemos muitos casos assim e que é difícil terminar bem. Mas no livro não ocorre nenhum dano para nenhuma das partes, eles sabem que cada um tem que ceder em determinado momento e não faz com que abandonemos a leitura. O que posso dizer é que esse foi um livro que gostei bastante, ainda mais depois que conversei com a autora, que se mostrou super simpática e. Ela quis trabalhar com o amor, que vem se tornando cada vez menos presente no nosso meio e como devemos agarrar o sentimento quando o reconhecemos. A leitura é agradável e Quando a Paixão Não Acaba ganhou um lugar especial na minha vida, quando cheguei na última página queria que tivesse continuação ou até mesmo mais algumas páginas. Não sei se a Militza tem a vontade de explorar esse casal novamente, mas se tiver ficaria imensamente feliz. Mas se não tiver, espero que a autora consiga ganhar destaque nesse mundo literário. Link do livro no Skoob: http://www.skoob.com.br/livro/524035ED531600 Postado por: Karolayne Caixa de pássaros é o romance de estreia do autor Josh Malerman, lançado em 2015. Aqui no Brasil os direitos do livro são da editora Intrínseca. Malerman é vocalista de uma banda de rock chamada The High Strung, mas resolveu se aventurar no mundo literário. O livro fala sobre uma ameaça invisível que assola o mundo. Tudo começa com fatos isolados que ocorrem em pequenos pontos na Europa , onde pessoas estão sendo encontradas mortas sem saber a causa. As coisas tomam outras proporções quando um vídeo é divulgado na internet e essa ameaça deixa de estar presente somente em alguns lugares, chegando até os Estados Unidos, onde Malorie mora. No início, Malorie não leva a sério essas histórias, até que um caso ocorre a alguns quilômetros de sua cidade. Os jornais então começam a dar aviso à população para tomarem cuidado e não olharem para fora, pois ninguém sabe de onde vem essa ameaça invisível. As pessoas então, acabam se tornando reféns de si mesmas, dentro de suas próprias casas, quando começam a fechar todas as janelas e não saírem de casa. Tudo o que se sabe até o momento é que todas as mortes que ocorreram, as pessoas viram algo e ficaram perturbadas. Nesse tempo, Malorie se descobre grávida. Quando uma pessoa próxima a ela se suicida após olhar pela janela da casa, Malorie vai atrás de um local "seguro" para ela e seu bebê. Quatro anos se passam e o que antes foi considerado seguro, acaba se tornando uma prisão para ela e seus dois filhos, as crianças nunca viram as cores do mundo, desde quando nasceram ficaram vendadas. Durante todos esses anos, Malorie se preparou psicologicamente para ir a um lugar que ela imagina ser seguro para sua família e esse dia de fugir está cada vez mais próximo. A jornada deles não será fácil, pois além da ameaça invisível que paira sobre eles e do medo, algo mais os seguem no trajeto de 32 quilômetros no rio que passa abaixo de sua casa. Uma escolha errada é o que basta para todos morrerem. Caixa de pássaros tem uma leitura muito fácil, que te faz querer ler tudo de uma vez, para saber o que vai acontecer com Malorie e seus filhos nessa fuga e o que é a ameaça que assola o mundo. Suspense não é meu gênero literário favorito, mas esse livro me surpreendeu. O mistério sobre a ameaça fica presente em cada linha. Malerman faz com que vivenciemos a história junto com os personagens. Os capítulos dos livros intercalam entre o presente e o passado, todos sendo narrados em terceira pessoa. Esse livro mexe com o seu psicológico, pois explora o medo de um outro modo. Todas as pessoas têm medo de algo, geralmente é algo que conhecemos ou podendo ver. Josh trabalha com o medo de algo que ninguém pode ver, mas todos sabem que está lá. Ele também nos faz perceber que a ameaça às vezes esta no próprio homem e na sua mente. "O homem é a criatura que ele teme." Muitos jornais e revistas tiveram críticas positivas sobre o livro, sendo considerado um thriller perturbador e que os fãs de Stephen King iriam adorar. Apesar disso, muitos podem se decepcionar com o caminho que o autor escolhe para o livro, já que deixa algumas coisas no ar, sem colocar os pingos nos is. Mas de resto não tem do que reclamar. Caixa de pássaros é sim extremamente perturbador, nada com cenas cheias de sangue, mas que mexem com o leitor do mesmo modo. Sendo a sua estreia no mundo literário, Josh Malerman se saiu muito bem, soube desenvolver a trama e consegue prender o leitor desde o início, nos fazendo sentir medo, como se fossemos o próprio personagem do livro. "Em um mundo de recursos escassos, olhos vendados e um terror persistente, encarar os próprios medos é apenas o início da viagem." O livro A Volta ao Mundo em 80 dias, foi escrito por Júlio Verne e publicado em 1873 e é um dos grandes clássicos da literatura mundial. A edição que li (esta da foto), foi publicada pela editora Martin Claret.
O livro conta a história de Phileas Fogg, um homem rico e solitário, bastante excêntrico que, motivado por uma aposta, resolve dar a volta ao mundo em 80 dias. Junto com seu novo criado Passepartout ele, imediatamente após firmar a aposta, coloca-se em movimento para iniciar sua jornada. O trajeto é totalmente contabilizado em dias, horas e minutos. O menor atraso poderia colocar a fortuna do Sr. Fogg a perder. Saindo de um trem e entrando em outro, e então saltando para o primeiro navio de partida e até viajando de elefante e trenó, Fogg e Passepartout vivem as mais diversas e inacreditáveis aventuras. No início tudo corre a favor dos aventureiros, a sorte estava a seu lado e parecia que o destino conspirava para que ele ganhasse a aposta. Mas não seria uma história de aventura sem as aventuras, certo? Fogg tem um inimigo em seu encalço: o detetive Fix, que acredita que ele é um ladrão e não mede esforços para atrasar o homem em seu trajeto. Além de problemas Fogg também torna-se um herói e ganha a idolatria de seu novo criado. A trama, repleta de reviravoltas, é muito bonita e emocionante. Você sente o desespero de Passepartout, já que Fogg era um poço de paciência. O livro foi muito bem escrito, não é a toa que é um grande clássico afinal de contas. No começo fiquei com medo de que fosse uma história maçante, mas passou muito longe disso. A leitura é bastante fluida, e o interesse aumenta quanto mais se aproxima do final do livro. Final esse que, de maneira alguma, pode ser chamado de previsível. No geral, recomendo a leitura para todos, principalmente por ser um grande clássico. Para aqueles que gostam de aventura é praticamente uma leitura obrigatória. "Érica ensinou ao mundo uma lição singular: numa guerra não existem vencedores. Todos perdem: vidas, sonhos e futuros. Por cada pessoa, soldado ou civil, que morre numa guerra, a humanidade perde um pouco de sua essência, e os países, parte de seu maior patrimônio." O livro Érica escrito por Larissa Barros Leal e publicado pela editora Novo Século em 2014, foi recebido em parceria da autora com o instagram @sofras3s. Semana passada postamos aqui uma entrevista com a autora enquanto lia o livro e você pode conferir a entrevista clicando aqui.
O livro conta a história de Érica, uma garota brasileira, de 16 anos, moradora de Fortaleza, que tinha uma vida excelente, cheia de amigos e uma família amorosa. Porém sua vida sofre uma reviravolta quando perde seus pais, que são assassinados de uma maneira bem estranha e sem nenhuma prova de quem ou porque. Um garoto chamado Derek surge em sua vida, também de maneira bem misteriosa, e a leva para o outro lado do oceano, para que entenda o motivo da morte de seus pais e possa protegê-la. E então Érica vive aventuras surpreendentes no meio de um problema religioso que põe em risco a vida de toda a humanidade. Confesso que demorei um pouco para ler esse livro. Não pela história, mas porque estava com uma super ressaca literária. E o começo do livro é cheio de detalhes e personagens novos que são inseridos a todo instante, então tive problemas no começo para me concentrar. Mas insisti, comecei a ler novamente depois de passada a ressaca e posso dizer que valeu muito a pena demorar um pouco mais e recomeçar a leitura. Quando comecei a ver todos os personagens que surgiram eu pensei: vai ser impossível terminar esse livro em um único volume, é muito detalhe para esclarecer. Mas me enganei. Todos os pequenos detalhes são muito importantes na história, por mais estranhos que pareçam no começo. O que deixa a história com um gostinho diferente quanto mais você se aproxima do final. Você fica pensando: mas e isso? E aquilo? E o final é surpreendente! Em nenhum momento imaginei o que aconteceu. A história aborda um tema bastante complicado: religiões, mas a autora conseguiu fazer isso sem dar uma opinião sobre uma religião ou outra, a problemática da história apenas gira ao redor desse tema, o que foi muito bom, já que corre-se o risco ao abordar um tema complicado de deixar a história com alguns pedaços maçantes. Quanto aos personagens eu adorei o Derek desde a primeira vez que apareceu. Não sei explicar o porque, mas virou minha paixonite no livro rsrs. Quando comecei a leitura achei que Érica fosse ser uma garota mimada e bastante difícil de aturar, mas ela era o oposto: extremamente madura para a idade, gostei da surpresa. No geral a obra é muito gostosa de se ler. É um livro pequeno, são 271 páginas, então a leitura dele não demora tanto. Apesar dos fatos acontecerem de maneira um pouco lenta no começo, no fim você não vai querer parar de ler. É um daqueles livros que você quer saber o final, mas não quer que o fim chegue. A história foi bem construída, as letras tornam a leitura fácil e o livro é bem bonito. Para quem gosta de ficção é uma leitura imperdível. Postado por: Letícia O livro Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, publicado pela editora LeYa, no ano de 2009 e escrito pelo autor Leandro Narloch, conta partes da história do nosso país, aquela história que vemos na escola, da forma que o título diz: politicamente incorreta. Neste livro vemos o lado da história que não aparecem nos livros didáticos. O autor, Leandro Narloch, nascido em Curitiba, residente de São Paulo, jornalista da revista Veja e editor de Aventuras na História e Superinteressante, começa o livro de uma maneira bem sincera: avisa que a história que ele vai contar a história do jeito bonitinho, onde heróis são perfeitos, vilões são dignos de filmes de Hollywood e que muitas pessoas podem não gostar dessa visão. Porém, eu não fui uma dessas pessoas. Muito pelo contrário: adorei esse novo ponto de vista, ver que os símbolos que nós conhecemos, que momentos históricos que estudamos, não eram bem daquela forma. Por quê? Bom, poderia dizer que é porque ninguém é perfeito, ou ninguém é tão ruim, mas seria mentira. Gostei porque essa história contada no livro é muito mais real do que a que aprendemos na escola. O livro, de pouco mais de 300 páginas, não narra toda a história do Brasil, afinal um país deste tamanho e desta idade não cabe em poucas páginas. Os temas abordados neste volume são: índios, negros, escritores, samba, guerra do Paraguai, Aleijadinho, Acre, Santos Dumont e comunistas. Em cada um dos tópicos vemos coisas que remam contra a maré de muitos livros didáticos. Alguns pontos que são citados já na orelha do livro: ZUMBI TINHA ESCRAVOS SANTOS DUMONT NÃO INVENTOU O AVIÃO JOÃO GOULART FAVORECIA EMPREITEIRAS. A ORIGEM DA FEIJOADA É EUROPEIA. ALEIJADINHO É UM PERSONAGEM LITERÁRIO. ANTES DE ENTRAR EM GUERRA, O PARAGUAI ERA UM PAÍS RURAL E BUROCRÁTICO. QUEM MAIS MATOU ÍNDIOS FORAM OS ÍNDIOS. Vi muitas críticas com relação a esse livro dizendo que o autor "puxa sardinha" para seu ponto de vista sem comprovações históricas. Terei que concordar que, em alguns pedaços, ele faz isso mesmo. Mas isso foi avisado. E os motivos para ele dar este ou aquele ponto de vista logo são justificados com algum fato histórico. Vale lembrar também que este livro não é um livro didático portanto, assim como qualquer escritor, ele pode fazer isto.
A leitura é bem rápida, elucidativa e em algumas partes bem engraçada. O livro é pequeno, são 319 páginas, porém há muitas fontes bibliográficas citadas então reduz um pouco esse número. A leitura é fluida, apesar de tópicos chocantes e de ser um tema de não-ficção. Recomendo a leitura tanto para aqueles que desejam conhecer este outro lado da história do Brasil, quanto para aqueles que querem ler algo um pouco mais tranquilo, ou para quem gosta de não-ficção. Postado por: Letícia O livro Os Últimos Soldados da Guerra Fria foi lançado em 2011, pela editora Companhia das Letras. Escrito pelo autor e jornalista Fernando Morais, o livro conta a história de 14 agentes cubanos que foram enviados para os Estados Unidos logo após a queda da URSS.
Enquanto Cuba era um país comunista e havia a URSS, a atividade principal do país era a produção de açúcar. Chegaram a produzir 8 milhões de toneladas em apenas um ano. Porém, com a queda do Muro de Berlim e o fim da Guerra Fria com os países capitalistas como vencedores, a situação mudou. Para a sorte do país aos poucos o foco do mercado já estava mudando de açúcar para o turismo. Com a abertura do governo cubano para empresas de capital privado esse mercado se intensificou e Cuba conseguiu uma solução para seu problema financeiro. Porém muitos habitantes do país haviam fugido de lá e se refugiado em Miami, Flórida. A maioria dessas pessoas era anticastrista. Para quem não sabe, anticastrista são aqueles que são conta o governo Castro, na época do livro Fidel Castro. Os EUA deram um apoio imenso para pessoas que fugiam de Cuba e se instalavam em seu país, o que futuramente tornou-se um grande problema. Essas pessoas uniam-se em associações cujo objetivo principal era ser contra o governo Castro. Porém, enquanto oficial e legalmente seu objetivos eram majoritariamente humanitários, como ajudar a localizar balseiros nos mares da Flórida, na prática eles cometiam atos terroristas contra seu país natal. Atos que iam desde a invasão de seu espaço aéreo até a contratação de mercenários para colocar bombas em hotéis e armamento nas mãos de rebeldes. Apesar das reclamações do governo cubano ao americano, os anticastristas continuavam impunes em suas atividades. É aí que os nossos personagens entram: o governo cubanos os envia para os Estados Unidos para se infiltrarem nessas organizações e ajudar a prevenir os ataques. Cria-se então a Rede Vespa. Muitos dos fatos do livro eu não conhecia e foi possível ter uma visão bem ampla desta longa história de problemas entre os dois países. Confesso que, apesar de não concordar com a política cubana, em algumas partes tive que tirar o chapéu para Fidel Castro: ele fez o governo americano de bobos de uma maneira que beira a comicidade. E a atitude de fazer vista grossa para os atentados não foi algo muito "legal" da parte americana, afinal de contas vidas estavam sendo postas em risco. A leitura do livro, apesar de não ser tão rápida pelo seu tamanho, é bastante fluida. Os fatos são narrados em sequência cronológica e estão todos conectados. Por ser uma história não fictícia eu fiquei com um pouco de medo de que fosse ser cansativo, mas me surpreendi. Os acontecimentos são narrados de uma forma bastante objetiva, sem muitos floreios. Outra coisa que gostei bastante é que a minha visão de agentes secretos iguais ao 007 mudou neste livro, eles foram narrados como realmente viviam: suas dificuldades financeiras e amorosas, o que foi bastante legal. Recomendo este livro para quem gosta de histórias não fictícias e para aqueles que acham interessante a história política do mundo, o livro fala bastante de questões políticas entre os dois países. Para quem deseja se aventurar por este meio, assim como eu, também é uma leitura bem válida, gostei muito do estilo. Postado por: Letícia |
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